Nenhum prejuízo resulta àquele que remexe nas profundezas de um velho baú, em busca de algo que possa lembrar a juventude.
Casal perfeito por que eram completude. Básico, nada demais. Amadureceram juntos. Nas questões mais impares, traçavam alguma forma de melhorar sem ofender. Portas a bater, alterações de voz, mas nada suficientemente cheio de furor para ambos se despedirem um do outro. E a vontade era essa, não existia outra igual. Quando as coisas apertavam, um ano era suficiente para se organizarem, ambos, nos seus respectivos empregos. Sem roupas, repetir, até que tudo volte ao normal. Diminuir a quantidade de alimentos desnecessários e comer o fundamental, até tudo voltar ao normal. E voltava. Decidiam se ficavam em casa ou viajavam para um lugar próximo. E a viagem era boa antes de voltarem a fazer os velhos afazeres. Eles dois? Eles dois eram dois insuportáveis, iguais em alguns pensamentos, principalmente nisso de completude... Nisso de que o amor é básico, simples, nada demais. Frio na barriga para quê? Quando a conta de luz está atrasada e algum dos dois vai ter que olhar no tempo, dia e hora, se está adequado para levar falta e bronca do chefe. Isso era o mínimo pelo menos, por isso não haviam desculpas, muito menos brigas. Agradecimentos nestes momentos de realidade doméstica eram fundamentais para tudo andar, e fluir normalmente. Melhor de que passar um ano sem comprar roupas de etiqueta conhecida, era festa em um sábado no bar ao redor de amigos e, rir sobre piadas sem sentidos, filhos que não existiam e brigas sobre a política brasileira.
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