E o Brasil? Nós somos o quê? Existe alguma discussão política acerca do que nós somos? Nós sepultamos aquela fórmula singela do passado: o país do futuro, e não colocamos nada no lugar.
Fazendo uma retrospectiva histórica para identificar quais são as raízes da atual crise brasileira e associa a reprimarização da economia e a não existência de um projeto nacional à falta de discussão à época da abertura democrática, após o fim da ditadura militar.
Se nós tivéssemos promovido uma discussão a sério depois da ordem autoritária, uma pergunta teria surgido. Nós não saímos à rua para discutir o sonho do Brasil. O que fizemos foi dizer que tudo que acontece no Brasil é culpa do regime autoritário e, então, feita a democracia, está feita a felicidade, o que não é verdade. A prova está aí!
As privatizações e a inserção do Brasil no cenário internacional sem dar prioridade para o fortalecimento das empresas nacionais, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foram decisivas para recolocar o Brasil numa posição de primário-exportador, e as políticas dos governos Lula e Dilma, nos últimos 12 anos, resgataram uma dimensão da dívida social brasileira, mas esqueceram da soberania. Não houve projeto neodesenvolvimentista para o Brasil; o que houve foi um forte compromisso do governo do PT em melhorar as condições de vida da base social, porém o fizeram de uma maneira leve, ligeira e irresponsável, porque pegaram as mudanças dadas pela prosperidade chinesa. Comunismo puro! Diante dos escândalos de corrupção e de projeções negativas para os próximos anos, “nós não estamos discutindo nada do nosso futuro. Esse é o grande problema.
A discussão do “Brasil que queremos” inclui responder às perguntas: “O que vamos fazer com o petróleo? Vão vender a Petrobras? Vão fazer dela uma Arábia Saudita ou Noruega? Qual é o paradigma?”. Precisamos discutir qual é o projeto ambiental brasileiro, qual é o projeto de integração do Brasil com seus países irmãos e o projeto eurasiano que está em marcha no cenário mundial para saber qual será o papel do Brasil na conjuntura internacional. Na minha visão — sou nacionalista e populista — isso significa a soberania do Brasil ser ludibriada, enquanto a discussão em profundidade é como o Brasil enfrenta um cenário mundial geopoliticamente complicado.
Digo para você, com o coração até um pouco apertado, que ao ver a corrupção da Petrobras — e pessoalmente acho que a corrupção se dá em vários setores da administração pública — há uma tomada de consciência e, do ponto de vista democrático, isso leva ao aperfeiçoamento da sociedade brasileira. As eleições estão próximas, cabe a nós, sabermos renovar, condições teremos. E que Deus nos ajude a fazer esta renovação!
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