quinta-feira, 30 de junho de 2016

Por que sou o que sou?

Muitos continuam sendo o que são até o final de seus dias, ignorando a existência em si mesmos de tão extraordinária potência transformadora e assimiladora.
A árvore é como é porque não tem consciência de seu poder fertilizante, nem de sua condição de existência animada. Carente de mobilidade, ela nasce, vive e morre no mesmo lugar, e só é sensível às mudanças de estação ou aos fatores que contrariam a normalidade de suas funções naturais. O animal a sobrepuja por sua organização biológica e suas possibilidades de movimento e configuração instintiva; porém, ao não conter em si possibilidades conscientes, cumpre o mesmo destino prefixado para sua espécie.
O ser humano, por sua própria vontade e inteligência, pode, ao contrário, transformar sua vida, superar sua própria espécie e alcançar, pela evolução consciente, os graus mais altos da perfeição, meta ideal em cuja cúspide a alma encontra desvelados para si os mistérios que antes a preocuparam e que, por serem indecifráveis para a inteligência comum, a mantiveram na ignorância, sem conhecer, e muito me­nos compreender, o Pensamento Criador de toda a existência universal. Mas esse poder permanece latente, is­to é, sem possibilidade de manifestação dentro do ser, enquanto não tome contato com uma força superior que o desperte do letargo interno.
Força superior é a que emana de inteligências supersensíveis, assistidas pela Lei da
Sabedoria e facultadas para promover, em outras, fases de conveniente desenvolvimento, em ordenadas e pacientes aprendizagens.
O ser, despertado para realidades da índole citada, sente – e deve senti-lo por imperiosa lei de freqüência e de colocação – que se acendem nele novas luzes. São elas, pois, que haverão de iluminar-lhe o caminho, permitindo-lhe descobrir dentro de si mesmo possibilidades de um tipo diferente.
Ao conectar-se à força superior a que me referi, serão despertadas, por lógica gravitação de sua influência, as potências adormecidas do entendimento. Isso ocorrerá à medida que o processo transformador se vá realizando, e que a consciência se afirme numa fase plenamente evolutiva, não esquecendo que "Quem quiser chegar a ser o que não é deverá principiar por não ser o que é", como adverte o princípio logosófico.

Deixar de ser é deixar de existir, chame-se a essa existência de ser vivente, estado psicológico, estado de cons­ciência, de coisa, de tempo ou de lugar; é fechar um capítulo da existência para abrir outro, no qual se começa a ser de outro modo.
Fácil será compreender, agora, que dizer "Por que sou o que sou?" vale tanto como dizer: "Ainda não tentei ser outra coisa". Muito prontamente, porém, você deixará de ser o que é, se se propuser mudar as velhas modalidades por outras novas e melhores, e, sobretudo, se começar a viver uma vida de enriquecimento moral, intelectual e psicológico capaz de mudar a anterior, que, ao que parece, já não satisfaz a seu entendimento.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Superando desavenças na vida a dois.

Milhares ou milhões de lendas que, depois, foram fontes inesgotáveis de novelas românticas, nos mostram o muito que o homem seria capaz de fazer ou de sacrificar para conquistar o carinho daquela que, em seu coração, chama sua bem-amada. E, o mesmo, a mulher com respeito ao homem.
Modelada a imagem ideal, constituída já a vontade para ser encaminhada na conquista dessa aspiração, tudo se vai construindo com fios de seda e de marfim. Sobrevém depois a realidade, quando um e outro completam sua aspiração e a imagem ideal começa, pouco a pouco, a empalidecer, desaparecendo os fios de seda e de marfim.
É que havia ali modeladas duas imagens ideais: a dele e a dela. O encontro de ambos não foi o encontro das duas imagens e então, cada um, tomando por sua parte o pincel, a vai modificando, porque, considerando a sua muito superior, pensa ter sido demasiadamente generoso.
Qual é o pincel que começa a se mover na mão desse artista incógnito, o qual modelou no éter um quadro que somente ele podia ver, admirar e adorar?
A realidade, aquela que, mostrando por uma parte o que é, oferece a possibilidade do que pode ser, e só pede colocar-se mãos à obra, com o afã tolerante que aperfeiçoa sem ferir o que quer modelar. Esta é, na verdade, uma arte, à qual contados seres rendem culto; muitos tentaram, mas pouco após começarem, a impaciência, as exigências injustas e depois o desânimo terminaram por alterar a imagem, deixando-a semidestruída.

Não é a última gota a que faz extravasar o copo

Algo fica sempre, porém, dessa imagem ideal: fica a força do afeto, a força da
recordação, que em constante revivescência fixa a cada um sua conduta. Essa parte da imagem ideal é a que influi, desde o momento em que os seres se desencontram, se desconhecem ou se rechaçam; desde o momento em que, por causas não muito graves, suscitam-se desgostos, desavenças ou atritos. É a que influi para acalmar a agitação, suavizar o erro e ainda para perdoar, porque, quando a imagem física, nos instantes de furor, se apaga para os olhos que a veem, aparece, mostrando-se a esses mesmos olhos, a imagem ideal, revestida sempre de recordações, de afetos e de história; dessa história que juntos viveram, participando dos dias felizes e dos dias de dor. Essa imagem é a que influi, e não outra, para que os seres se reconciliem e se reencontrem, estreitando seus espíritos no amor dessa imagem.

O que ocorre entre os seres humanos, qualquer que seja seu vínculo, e entre os povos, sempre tem uma causa que está mais além daquelas que se supõe. Não é a última gota a que faz extravasar o copo, senão toda a água que o enche, fazendo com que uma gota a mais não possa caber nele. De modo que a causa não está na gota, senão nas muitas gotas que contém o copo.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Cuide de sua vida, como um jardim

Apesar de serem muito numerosas as vidas que povoam este planeta; apesar de fazer tantos milênios que os homens caminham por este mundo, não se conseguiu, ainda, superar as condições que devem distinguir a espécie humana. 
Os homens vivem em todas as partes do mundo: uns estudando, outros trabalhando; uns lendo, outros escutando, e outros sem fazer nada; todavia, entre a enorme quantidade de seres que se movem e cumprem suas atividades na ordem rotineira do afazer diário, promovem-se experiências instrutivas para o governo individual. Uns mais, outros menos, todos, sem exceção, devem sentir, diariamente - e algumas vezes de forma crua -, a realidade dessas experiências, cujo valor é enorme.
Pois bem; se extrai devidamente o fruto de tais experiências? Faz-se delas o uso correspondente?
Em geral não se faz uso nenhum e, quando alguém recolhe os resultados delas e os utiliza em suas atuações, o faz de forma egoísta, reservando unicamente para si os benefícios obtidos. Os que por uma ou outra causa triunfaram ou vão triunfando na vida, raramente dizem de que meios se valeram, nem que experiências lhes foram de maior utilidade para corrigir sua conduta; enfim, guardam para si o que, segundo eles, conquistaram à custa de muitos sacrifícios, de muitas preocupações ou de muitas amarguras.
Ficam assim, pois, uns e outros – visto que quem priva outros de auxílio sofre, por sua vez, as consequências do mesmo erro por parte de seus semelhantes –, em uma total orfandade, desamparados pela própria ignorância de tantos conhecimentos que se poderiam obter mediante tais experiências. Na verdade, se cada um oferecesse a seu próximo o conhecimento que delas se desprende, muitas e muito dolorosas poderiam ser evitadas.

A vida deve ser cuidada e enaltecida; deve-se cultivar todas as possibilidades que encerra e fazer delas um jardim


Eis aqui uma dessas experiências, que com frequência se reproduz: Há pessoas que passam a vida dedicadas ao culto de um valor e, quando envelhecem, se dão conta de que não era esse o único nem o melhor, nem o maior nem o que mais lhes convinha, e que ao mesmo tempo que rendiam culto a esse valor, poderiam tê-lo feito com muitos outros, consagrando a seu cultivo idêntico empenho, constância e entusiasmo.
A vida deve ser cuidada e enaltecida; deve-se cultivar todas as possibilidades que encerra e fazer delas um jardim, ainda que seja apenas para ter a ventura de recolher, de quando em quando, uma flor de cada planta que a própria mão semeou, cultivou e aperfeiçoou. O conjunto de todas essas plantas serão as obras realizadas; as flores, as consequências úteis dessas obras. Mas a planta principal, a planta humana, na qual se concentram todos os movimentos da concepção interna, essa merece o maior dos cuidados e a maior atenção, pensando, a cada dia, o que se fez por ela.

Simpatia - Virtude que embeleza a alma.

O culto da graça, conjunto das virtudes e qualidades boas que o ser humano possua, é o que constitui a melhor fonte de simpatia, pois nada embeleza tanto a alma como os traços característicos da nobreza de berço. Quem não procede dessa origem pode e deve criá-la, já que sempre há tempo de obter pelo esforço, pela decisão e pela capacidade de estudo as mesmas vantagens dos que se viram favorecidos na infância.

Na Criação existem duas forças que oscilam alternadamente numa luta constante: a de atração e a de repulsão. No ser humano, a simpatia atrai e é uma força ativa que atua como centro gerador do afeto, devendo estar regulada pela ação do critério, a fim de fazer possível a existência de um equilíbrio estável, não alterado pelas relações com o semelhante. A simpatia que um ser inspira a outro cobre a distância que o faria permanecer estranho a ele. A amizade nasce do afeto que a simpatia criaDa amizade nasce a confiança mútua, e é esta a que cimenta e dá vida aos grandes vínculos. 

Já comentei que a simpatia é um dom; 

eu a chamo de atributo e afirmo que pode se adquirir...


Para que isso seja possível, necessariamente devem ser cumpridas as exigências que a simpatia impõe: possuir pensamentos benévolos e quantos propiciem as melhores qualidades.

Na vida de relacionamento, é preciso buscar o entendimento de maneira simpática e afetiva. Nisso a mente há de desempenhar um papel muito importante, pois são os pensamentos os que devem ir ao encontro da afinidade ou criá-la, na medida do possível, conciliando inteligentemente as diferenças que existam no pensar e no sentir. A afabilidade, os bons modos e o trato agradável são disposições que promovem a consideração e a simpatia dos demais. A intolerância, os maus modos e a linguagem áspera promovem o contrário. Onde quer que a pessoa se encontre, deve fazer com que sua presença seja grata a todos, ou pelo menos à maioria, e isso sempre será conseguido por quem mais conheça a psicologia humana e tenha estudado a fundo suas reações e suas múltiplas variantes.

O errôneo conceito que geralmente existe acerca das atenções que o semelhante nos deve prodigalizar, enquanto deixamos de tê-las para com ele, é causa das mil situações incômodas que teremos de sofrer depois, já que, sendo a simpatia a ponte de ouro que estendemos até seu coração e sua mente, e não sendo esta ponte nada impossível, devemos nos apressar para torná-la efetiva, a fim de que a simpatia e o afeto que buscamos nos possam ser oferecidos através dela. O ruim é quando fazemos isso mal, ou quando só construímos a metade, para que os outros façam a sua parte; assim é como se truncam com frequência os melhores propósitos.

simpatia é uma força que influi decididamente na vida humana; conforme seja o cultivo que dela se faça, serão os frutos a recolher para a realização dos esforços que tendem à perfeição.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Cuidando de nossas amizades.

Todo ser humano deve ter amigos. Os amigos se fazem por disposições mútuas, ao se trocarem atenções que inspiram reconhecimento e confiança a ambas as partes. A afinidade nas ideias, gostos e costumes concorre grandemente para cimentar a amizade.


Antes de dedicar sua amizade a alguém, convém que conheça suas ideias, sua moral, suas inclinações, etc. A boa impressão que você tenha, ao tomar contato com uma pessoa, terá de ser confirmada pelo que observar nela em tratos posteriores.

Em toda amizade deve cultivar-se o respeito, principalmente se essa amizade nos honra e é para nós sã e agradável. Sempre, em todo momento, deve reinar entre amigos um grande respeito.
  
Estime-os com sinceridade, demonstrando-o de diversas maneiras, seja passando por cima de seus erros, seja servindo-os desinteressadamente quando a oportunidade se oferecer. O essencial é que o menor número de coisas afete essa amizade. Um amigo não lhe telefona, como de costume, por haver tido com você uma diferença no dia anterior? Pois telefone você, como se nada tivesse acontecido. Se não se observa essa conduta, a amizade se ressente. Tratando-se de amigos, ponha sempre de sua parte muito boa vontade, pois deve ser seu o interesse de conservá-los.

Se as circunstâncias lhe impuserem a obrigação de emitir um juízo sobre algum
deles, observe, ao fazê-lo, se não existe em você o desejo incontrolado de influir a favor ou contra ele. As consequências de ambas as atitudes costumam ser variadas e, além de algum possível transtorno na amizade, poderiam colocar você na situação de ter que ouvir, talvez duramente, a opinião ou o juízo daqueles que o observem ou escutem.
Você deve incomodar o amigo o menos possível e, pelo contrário,ainda oferecerá a ele sua companhia quando seja necessário, ou quando possa fazê-lo, comparecendo também aos lugares que ele frequente, se agradam a você.
Se você gosta de brincadeiras, trate de que as suas sejam sempre simpáticas e produzam bom efeito. Que elas nunca afetem os sentimentos daqueles que o escutam. Se fizerem isso com você, guarde silêncio e prolongue-o até que, quem o fez, sinta a necessidade de lhe falar e se desculpar. Então, sem ressentimentos, faça-o conhecer seu pensamento.
No trato com seus semelhantes, cuide de não produzir reações por causa de um instante de nervosismo, ou por sustentar razões que acaso você tenha em parte, mas que poderiam chocar-se com a parte de razão de quem o escute.

Essas reações que você poderia provocar nem sempre se manifestam de forma visível ou no momento, mas permanecem na recordação de quem tenha ficado afetado, recrudescendo se as circunstâncias se reiteram.

Em reuniões sociais, engenhe uma forma de ter sempre à mão relatos interessantes ou contos amenos. Todos agradecem quando alguém lhes proporciona um momento de recreação; por outra parte, é visto com simpatia quem sabe influir graciosamente sobre o ânimo dos demais.


sábado, 25 de junho de 2016

Lude Mendes: Saber adaptar-se.

Lude Mendes: Saber adaptar-se.: Uma das causas que mais contribuem para a infelicidade humana e criam as maiores dificuldades é, sem dúvida alguma, a incapacidade para o...

Saber adaptar-se.

Uma das causas que mais contribuem para a infelicidade humana e criam as maiores dificuldades é, sem dúvida alguma, a incapacidade para o uso inteligente dos próprios recursos internos em cada circunstância adversa ou situação difícil que o ser deve enfrentar no curso de seus dias. Entre esses recursos, talvez o de maior potência seja o da adaptabilidade.
É frequente constatar uma tenaz resistência à aceitação das mudanças inesperadas que costumam produzir-se nas situações tidas como permanentes na vida corrente; tanto assim que a primeira reação psicológica ou do sentimento é o desespero e o desconsolo, acompanhados de um profundo pesar, muitas vezes inibidor da reflexão.
 
É claro que o tempo atua como sedativo e, em definitivo, é ele que traz a adaptação. Essa mesma
prova de indulgência das forças que sustentam o espírito revela a existência de um poder, o de adaptação, que, sem anular temporariamente nem diminuir em nada as prerrogativas humanas, evita os transtornos da alma e facilita em alto grau o desenvolvimento progressivo rumo à normalidade alterada. Mas esse poder vai mais além. Usado com o devido conhecimento, o ser pode adaptar-se a todos os ambientes e situações sem sofrer o mais leve incômodo; e mais: essa mesma força assimilativa que dilui o elemento discordante no próprio recipiente do critério, onde se combinam e se conciliam as distâncias psicológicas e temperamentais, assim como as de berço e outras causas, produz um prazer inexprimível.
 

A própria vida ensina ser ela, em essência, a expressão mais acabada da adaptação

 
A série de mudanças que se experimentam, as transformações, as experiências que corrigem até costumes, propiciam constantemente a necessidade da adaptação. Quem estuda deve se adaptar às exigências do estudo, como deve quem trabalha fazê-lo em relação às desse gênero de atividade, e assim sucessivamente em todos os casos. O essencial é não prejudicar as energias internas afetando-as com depressões e sofrimentos que diminuem o  vigor do espírito e restringem as possibilidades humanas.
 
Quando se projeta fazer tal ou qual coisa, deve-se conservar, e até aumentar, o entusiasmo que animou o projeto. Geralmente se fracassa por não se haver adaptado a própria disposição às exigências da atividade que sua realização costuma demandar.
 
Adaptar-se é, portanto, preparar dentro de si as condições adequadas para que o equilíbrio normal da vida perdure sem modificações, ainda que a vida se modifique tantas vezes quantas sejam necessárias ou o reclamem as circunstâncias. O contrário seria nos entregarmos como prisioneiros de um inimigo invisível, porém real, que estaria continuamente abatendo nosso ânimo. O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender: que aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum conhecimento é seguro, que nenhum processo de buscar conhecimento oferece uma base de segurança.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O Ser simpático.

Entre os múltiplos aspectos que configuram a psicologia do ser humano, destaca-se com singular relevo o que diz respeito à sua maneira de ser; e dizemos à sua maneira de ser, porque, no relacionamento com os semelhantes, isso tem uma importância capital. Assim, por exemplo, vemos que quando uma pessoa é culta, afável e compreensiva inspira simpatia por todas as partes; ao contrário, quando é tosca, intolerante, irrefletida, impaciente ou áspera, produz no ânimo dos que o cercam certa prevenção, que de imediato se torna antipatia.



A simpatia se conquista pela naturalidade no trato, 
pela agilidade e pela graça que se exterioriza,


bem como pela boa disposição para tornar agradável o momento de sociabilidade. Quando isto ocorre, todos os que se vinculam àquele que é dotado de tal condição se sentem animados, à vontade e sensíveis a uma franca amizade. O pessimista, sem ir mais longe no exemplo, faz fugir de seu lado todos aqueles com quem trata, pois tudo para ele é fracasso e negação; vive amargurado e parece até sentir prazer em transmitir seu lamentável estado de ânimo.

Muitos pensam e costumam manifestar, ao perceberem que sua fisionomia desperta antipatia naqueles que com ele convivem, que Deus o fez assim. Isto, em realidade, não está certo, pois não é preciso muito para transformá-lo e fazê-lo atraente e simpático. Basta apenas iluminá-lo com pensamentos de otimismo e com uma apreciável dose de boa vontade no exercício diário de suas exteriorizações. Acaso não se têm visto, muitas vezes, seres feios por natureza que, ao exaltarem suas qualidades a um grau máximo, chegaram até a inspirar profunda simpatia, embelezando sua fisionomia com a graça de suas finas manifestações e fazendo-se agradáveis por sua conversação amena e interessante? Por outro lado, temos visto seres de belos rostos se tornarem antipáticos, mal iniciamos com eles uma convivência, por estar ausente neles aquele dom da atração pessoal próprio das inteligências cultivadas e das pessoas de boas maneiras.

Na vida corrente, os ambientes se formam por afinidade de ideias, de interesses e pela semelhança das modalidades, mas acima de tudo pela atração simpática de uns e outros, que torna agradável o círculo social. 

Seria o caso, portanto, de aconselhar que cada um, ao se levantar pela manhã, tendo presente a importância de que se reveste esta realidade, adquirisse o costume de exercitar seu temperamento em diversos movimentos tendentes a manifestar uma modalidade agradável aos semelhantes com quem haverá de conviver; desta forma, conseguirá polir as asperezas, os atos intempestivos e os gestos chocantes, que sempre produzem reações adversas no próximo. Com isto, cada ser preparará sua conduta diária com verdadeiras vantagens para sua tranquilidade e felicidade.

A simpatia é algo que convém a todos cultivar; por seu intermédio, é costume que se chegue, na maioria das vezes, onde não é possível chegar com formas de expressão que atentem contra a cordialidade humana.
O indivíduo simpático é carismático. O carisma é a expressão da alma. Quando a alma fala, sua essência espiritual e divina se manifesta, e a pessoa brilha, conquista, aparece. É nela que reside sua força e poder. Negá-la é preferir a obscuridade.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A verdadeira amizade


A amizade é um amor que nunca morre. A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe, alguns descobrem, mas poucos reconhecem. A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível. A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas, de estarmos abertos a todas as perguntas. A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram coisas maravilhosas com você. A esperança é um empréstimo pedido à felicidade. A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência, a solidão não é um castigo, e sim um resultado. A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la. 

A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga. 
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você. A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos. A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar. 
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento. A persistência é o caminho do êxito. A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros. 


A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO... 

Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura... A tua única obrigação durante toda a tua existência é seres verdadeiro para contigo próprio. A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar. A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser o próprio amigo. A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém que nunca vai descobrir. A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si. Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros. Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante. Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer. Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você! Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados... Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever a meta e que percorre conosco um trecho do caminho. Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os. Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas... 

Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!! As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas, dando-lhes sempre algum significado. Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maiorhomem do mundo morreu de braços abertos. Elogie os amigos em público, critique em particular. Errar é humano, perdoar é divino. Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz. Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens! Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.

terça-feira, 21 de junho de 2016

AMOR - O sentir humano.

Duas classes de amor pode o coração do ser humano conter: o comum e o verdadeiro. O primeiro caracteriza-se por ser fogoso, impulsivo, cheio de violência. Tão logo desperta, giram os instintos; surge o desejo de posse, atormentando o coração e fazendo-o padecer o sofrimento de uma constante amargura. Os ciúmes, o egoísmo e as exigências perturbam constantemente a ação mental, e pouco a pouco a vontade se inverte e uma nova adversária surge no cenário interno: a ansiedade, que priva do sono. Vem o casamento e, pela prodigalidade com que são tratados os elementos inferiores, desaparecem as ternuras do sentimento. 

amor verdadeiro, é aquele que não ofusca a mente. É aquele que, sem nos defraudar nunca, oferece a possibilidade de alcançarmos a felicidade. 

O verdadeiro amor não se expressa com palavras ocas e apenas com sonoridade para impressionar e cativar


jamais se expressa em fingidas expressões de doçura, e sim vive no coração, sem contaminar-se com a atmosfera externa. 

O verdadeiro amor é aquele que vive sempre em seu mundo, trabalhando em silêncio para o bem, pelo bem mesmo. Sem ele não seria possível conceber as belezas e encantos de tão sublimes manifestações do sentir humano. 

Isso nos faz compreender, sem equívocos, que o amor verdadeiro é mais humano que aquele que é denominado assim, e que o mal chamado amor humano não é outra coisa que a expressão de sentimentos externos ao coração; amor que num instante pode se transformar em ódio, ao mero desencanto das presunções egoístas desse mesmo sentimento exterior. 

E para que o amor fresco e puro que um sente pelo outro perdure, sem que se debilite jamais, duas coisas são indispensáveis: a primeira é o afeto, que, menos impulsivo que a paixão, as segura seu arraigamento, já que, se bem seja certo que a paixão infunde vida ao amor, o afeto é chamado a preservá-lo e conservá-lo. A outra, a segunda, tão indispensável quanto a primeira, é nossa dignificação aos olhos do ser querido. Esta só se consegue por meio dos esforços e das preocupações pelo bem-estar da família, e alcança sua máxima expressão quando nos elevamos numa superação constante. 

Em tais condições, sem dúvida se desfrutam prerrogativas muito maiores que as comuns, traduzidas num aumento considerável da capacidade mental, que habilitará, ao mesmo tempo, para a tarefa de enriquecer progressivamente a vida e enchê-la de felicidade. Isto é algo que se pode e deve fazer, seja qual for nossa idade e estado, uma vez que a maior preparo e conhecimento corresponderá maior bem-estar, e teremos mais em mãos, também, os fios de nosso destino.

domingo, 19 de junho de 2016

A criança que um dia fomos.

Existe um ser que frequentemente temos esquecido. Esse ser é a criança que cada um de nós foi, que nos proporcionou os melhores dias da existência e a quem devemos grande parte do que agora somos.

Podemos pensar que o adulto é a continuação da criança. Na vida adulta, quais são os que tributam a homenagem de seus sentimentos a essa criança que só vimos com os olhos da inocência? No entanto, quanto suaviza os duros transes da vida a evocação dessa terna idade, sobretudo quando devemos cruzar caminhos infectados de perigos!                                         
                                                                       
É necessário recordar a criança que um dia fomos

Quem pensa nessa criança e a contempla através de suas recordações, observando-a em suas brincadeiras, em seus pensamentos, em suas inclinações e em sua inocência, verá quanto tem a aprender com ela e quanto lhe deve. Mais ainda: quanto deveria conservar daquele pequeno ser para que hoje, grande em tamanho e em idade, lhe seja permitido pelo menos experimentar algumas daquelas inocentes, porém gratas sensações que deram à sua vida as melhores horas.

Seria bom que cada um recordasse essa criança. Que a recordasse muito, porque nessa recordação vai implícito o enlace da atual existência com a que se foi, pois o esquecimento destrói não só o vínculo que as une, mas também a própria sensibilidade. 

Se esquecemos nossa própria criança, esqueceremos também o jovem e, sucessivamente, o que temos sido em cada idade. Assim se irá esfumando no esquecimento, sem que sintamos, lentamente, toda a nossa vida.

São muitas as reflexões que acodem à mente quando a recordação converge para a criança; mas é necessário evocá-la com frequência, para que nos inspire coisas sobre as quais até aqui não havíamos pensado.

Com base nesse conceito,  Eu não tenho a mínima vontade de crescer. Se isso dependesse de mim, seria uma eterna criança, como peter pan, entende? Crescer é difícil, complicado, confuso, conturbado, bagunçado, diferente. Junto á um corpo novo e uma nova forma de raciocinar vem as responsabilidades, os desejos, as inseguranças, os medos, as expectativas, as decepções, as superações, os limites, as metas, as escolhas. Quando menos se espera voce já se encontra pregado aquela rotina de trabalho, casa, diversão, amores não correspondidos, dificuldades de convivencia, filhos, marido, esposa, trabalho, escola dos filhos e assim vai, logo voce já envelhece. Muitas vezes morre de velhice, outras, de doenças que vão te consumindo. Crescer, em si é bom, mas ser eternamente criança é uma opção, que se existisse, com toda a certeza seria a minha escolha sem pensar duas vezes.

sábado, 18 de junho de 2016

Uma vida a dois...


Para meus amigos que estão... "SOLTEIROS"
O amor é como uma borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá. Mas quando menos esperar, ela está ali do seu lado. O amor pode te fazer feliz, mas às vezes também pode te ferir. Mas o amor será especial apenas quando você tiver o objetivo de se dar somente a um alguém que seja realmente valioso. Por isso, aproveite o tempo livre para escolher .

Para meus amigos... "NÃO SOLTEIROS"
Amor não é se envolver com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Para meus amigos que gostam de... "PAQUERAR"
Nunca diga "te amo" se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo derramar em lágrimas por causa de ti. 

A COISA MAIS CRUEL QUE ALGUÉM PODE FAZER É PERMITIR QUE ALGUÉM SE APAIXONE POR VOCÊ, QUANDO VOCÊ NÃO PRETENDE FAZER O MESMO. 

Para meus amigos... "CASADOS". 
O amor não te faz dizer "a culpa é", mas te faz dizer "me perdoe". Compreender o outro, tentar sentir a diferença, se colocar no seu lugar. Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons perdoadores. A verdadeira medida de compatibilidade não são os anos que passaram juntos; mas sim o quanto nesses anos vocês foram bons um para o outro.

Para meus amigos que têm um "CORAÇÃO PARTIDO"
Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir. Um coração partido sente saudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore para sempre. Permita-se rir e conhecer outros corações. Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida. 

A DOR DE UM CORAÇÃO PARTIDO É INEVITÁVEL, MAS O SOFRIMENTO É OPCIONAL! 
E LEMBRE-SE: É MELHOR VER ALGUÉM QUE VOCÊ AMA FELIZ COM OUTRA PESSOA, DO QUE VÊ-LA INFELIZ AO SEU LADO.

Para meus amigos que são... "INOCENTES".
Ela se apaixonou por ti, e você não teve culpa, é verdade. Mas pense que poderia ter acontecido com você. Seja sincero, mas não seja duro; não alimente esperanças, mas não seja crítico; você não precisa ser namorado, mas pode descobrir que ela é uma ótima pessoa e pode vir a se tornar uma grande amiga.

Para meus amigos que tem  "MEDO DE TERMINAR".
As vezes é duro terminar com alguém, e isso dói em você. Mas dói muito mais quando alguém rompe contigo, não é verdade? 
Mas o amor também dói muito quando ele não sabe o que você sente. Não engane tal pessoa, não seja grosso e rude esperando que ela adivinhe o que você quer. 
Não a force terminar contigo, pois a melhor forma de ser respeitado é respeitando.

Pra terminar ... 

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.... Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom ... Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... Um dia percebemos como aquela amiga faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim... 
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito... O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutar para realizar todas as nossas loucuras... Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.